Ciro Gomes no PSDB reacende tabuleiro político nacional e reposiciona tucanos rumo a 2026

Ciro Gomes no PSDB reacende tabuleiro político nacional e reposiciona tucanos rumo a 2026

Com Ciro, PSDB ganha fôlego e pode costurar alianças com Tarcísio, Marconi e outras lideranças estaduais

A filiação de Ciro Gomes ao PSDB, oficializada nesta sexta-feira (17), marca mais do que um simples retorno às origens — é um movimento político que muda os rumos da política nacional e recoloca os tucanos no centro das articulações para as eleições de 2026.

“O PSDB está em festa. Ciro volta para casa, trazendo consigo uma história que começou quando foi o primeiro governador tucano do Brasil”, disse Ozires.

A cerimônia oficial de filiação está marcada para a próxima quarta-feira (22), em Fortaleza, e deve reunir nomes tradicionais da sigla, num evento visto como o pontapé da reconstrução do centro político brasileiro.

Impacto nacional e retomada tucana

Nos bastidores, a chegada de Ciro Gomes reacende o protagonismo do PSDB em diversos estados, fortalecendo lideranças regionais e reabrindo o debate sobre candidaturas competitivas para 2026. Entre os nomes que despontam estão Marconi Perillo, em Goiás; Hildon Chaves, em Rondônia; Marcelo Maranata, no Rio Grande do Sul; e o senador Styvenson Valentim, no Rio Grande do Norte, além de outras figuras tucanas com forte inserção local, estadual e nacional.

Em Goiás, inclusive, há especulações de que Perillo possa formar uma dobradinha estratégica com Wilder Morais ou Gustavo Gayer, ambos expoentes da direita goiana, o que colocaria o PSDB no centro da coalizão conservadora do Estado.

No Nordeste, Ciro surge como alternativa de centro-direita capaz de enfrentar o domínio petista na região, especialmente se confirmar candidatura ao governo do Ceará, desafiando Elmano de Freitas (PT). Mas há quem veja um cenário ainda mais audacioso: Ciro como vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em uma chapa nacional.

Apesar da longa trajetória política, Ciro Gomes vem de seu pior desempenho eleitoral desde que começou a disputar a Presidência. Em 2022, alcançou apenas 3,05% dos votos, ficando em 4º lugar — atrás de Lula (PT), Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB).

Foi candidato ao Planalto quatro vezes (1998, 2002, 2018 e 2022). Seu auge ocorreu em 2018, quando obteve 12,47% dos votos válidos (13,3 milhões), consolidando-se como principal nome da centro-esquerda fora do PT. Em 2002, alcançou 11,97% (10,1 milhões de votos), e em 1998 teve 10,97% (7,4 milhões).

Esses números mostram que, embora tenha perdido força eleitoral recentemente, Ciro ainda é uma das lideranças mais conhecidas e articuladas do país — e um ativo cobiçado por diferentes espectros políticos.

A cobiça da direita e o novo xadrez de 2026

Nos bastidores de Brasília, Ciro passou a ser visto como peça-chave para a direita reconquistar espaço no Nordeste, região onde o bolsonarismo tem grande dificuldade de penetração. O próprio Jair Bolsonaro já declarou publicamente que o vice ideal da direita em 2026 deverá vir do Nordeste, reforçando o interesse em Ciro como figura de diálogo.

Durante um recente evento em Brasília, que marcou a criação da federação União Progressista (PP + União Brasil), Ciro e Tarcísio de Freitas (Republicanos) protagonizaram um abraço efusivo — gesto que analistas interpretaram como um sinal político calculado.

 

A possível chapa Tarcísio-Ciro em 2026 surge como uma aliança de alta inteligência política, capaz de unir a gestão técnica e conservadora de São Paulo à retórica nacionalista e popular nordestinês. O nome de Ciro Gomes representaria uma consolidação entre a direita e o Nordeste, região onde ele mantém forte popularidade e acesso direto aos nove estados. Essa composição fortaleceria um novo eixo de oposição a Lula, com bases sólidas no Sudeste e no Nordeste. A estratégia dialoga com a ideia já defendida por Bolsonaro, de ter um vice nordestino para enfraquecer o petismo e o lulismo, reposicionando a direita no tabuleiro nacional.

Com a filiação de Ciro, o PSDB quer resgatar o “padrão de gestão tucano” que marcou os anos 1990 e início dos 2000, agora adaptado ao novo cenário político.
E mais do que uma volta de Ciro à sua origem partidária, o movimento sinaliza um movimento de reconstrução do centro político brasileiro, abrindo caminho para alianças inéditas e um novo equilíbrio de forças na corrida presidencial de 2026.

Andreazza Joseph
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