O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza foi eleito pela Assembleia-Geral da Interpol, em Glasgow (Escócia), como novo secretário-geral da maior organização policial do mundo. Com a escolha, Urquiza se torna o primeiro representante de um país em desenvolvimento a ocupar esse cargo nos 100 anos de existência da Interpol, marcando um momento histórico para o Brasil e ampliando a presença brasileira na luta global contra o crime organizado.
Em discurso durante a Assembleia-Geral, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que a atuação do brasileiro será centrada na promoção da diversidade e modernização dentro da Interpol e no fortalecimento da transparência e integridade da organização. "Estou convencido de que o Comissário Urquiza poderá apoiar os Estados-Membros na promoção de um mundo mais seguro e estável face a esses desafios".
O ministro também fez menção às necessárias mudanças no combate a organizações criminosas. "O crime organizado transnacional se diversificou, e as atividades criminosas estão interligadas mais do que nunca. Hoje, o crime é uma ameaça para todas as nações, independentemente da geografia, dos níveis de desenvolvimento e dos sistemas de governo. Por essa razão, usamos uma palavra como mantra no combate ao crime no Brasil: integração. E nenhuma outra agência internacional está melhor posicionada do que a Interpol para a tarefa de melhorar as parcerias em todo o mundo e em todos os seus formatos: cooperação bilateral, regional e multilateral", pontuou Lewandowski
Aprovado pela maioria dos 196 países membros da Interpol, Urquiza assumirá o posto ao final do mandato do atual secretário-geral, Jürgen Stock, da Alemanha, na próxima quinta-feira (7). A eleição tinha sido realizada no âmbito do Comitê Executivo da Interpol, em Lyon, em junho de 2024 e foi ratificada nesta terça-feira (5).
A ratificação do delegado Urquiza reflete a alta prioridade atribuída pelo governo brasileiro ao combate ao crime organizado transnacional, que tem na cooperação internacional, crescentemente, uma dimensão essencial. Representa, ademais, o reconhecimento, pela comunidade internacional, do profissionalismo e da competência da Polícia Federal brasileira no enfrentamento à criminalidade, bem como de sua relevante contribuição ao trabalho da Interpol.
A exitosa campanha pela eleição do brasileiro Valdecy Urquiza a secretário-geral da Interpol foi fruto de estreita coordenação entre a Polícia Federal, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O secretário-geral da Interpol é o principal executivo da organização, com mandato de cinco anos. Atualmente, ele é diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal e foi vice-presidente da Interpol para as Américas de 2021-2024.
HISTÓRICO PROFISSIONAL — Em sua trajetória, Urquiza ocupou cargos de destaque, como chefe da Divisão de Cooperação Jurídica Internacional da Polícia Federal do Brasil e diretor-assistente na Diretoria de Crimes Organizados e Emergentes na sede da Interpol, em Lyon, França. No Brasil, liderou o Escritório Central Nacional da Interpol, a Divisão de Cooperação Policial Internacional, a Divisão de Relações Internacionais e a Diretoria de Tecnologia da Informação da Polícia Federal.
Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza, com pós-graduações em Administração Pública pelo IBMEC e em Direito Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Urquiza é também ex-aluno da Academia Nacional do FBI, em Quantico, Virgínia, EUA.
Aos 43 anos, nascido em São Luís (MA), será responsável por liderar a organização em seus esforços globais de combate ao crime transnacional e fortalecimento da cooperação policial internacional.
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