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Setor de serviços fecha 2024 com quarta alta seguida: 3,1%
Quatro dos cinco setores analisados tiveram desempenho positivo. Turismo se encontra 14,6% acima do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia)

1. Setor de serviços fecha 2024 com quarta alta seguida: 3,1%

Quatro setores mostrando crescimento, com destaque para os serviços de informação e comunicação - Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

O setor de serviços, que reúne atividades como transporte, turismo e restaurantes, fechou 2024 em alta e registrou um crescimento de 3,1%, pelo quarto ano seguido. Entre as cinco grandes atividades do setor, quatro apontaram taxas positivas e avanço em 61,4% dos 166 tipos de serviços investigados. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, pelo IBGE.

Entre as atividades, as contribuições positivas mais importantes ficaram com os ramos de informação e comunicação (6,2%); e de serviços profissionais, administrativos e complementares (6,2%). Os demais avanços vieram dos serviços prestados às famílias (4,4%); e dos outros serviços (1,1%). Por outro lado, transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,7%) exerceram a única influência negativa no acumulado no ano.

De janeiro a dezembro de 2024, frente a igual período do ano anterior, o avanço do volume de serviços no Brasil se deu de forma disseminada entre os locais investigados: 21 das 27 unidades da Federação também mostraram expansão na receita real de serviços. Em termos regionais, o principal impacto positivo ocorreu em São Paulo (4,5%), seguido por Rio de Janeiro (4,0%), Santa Catarina (6,1%), Paraná (3,6%) e Minas Gerais (2,0%). Em contraposição, Rio Grande do Sul (-7,3%) e Mato Grosso (-10,2%) registraram influências negativas sobre o índice nacional.

SÉRIE HISTÓRICA — Rodrigo Lobo, gerente da PMS, destacou que o acumulado para 2024 completa o quarto ano consecutivo de taxas anuais positivas, algo que nunca havia ocorrido na série histórica, iniciada em 2012. "Isso dá um acumulado de crescimento entre 2021 e 2024 de 27,4%, mas cada ano traz uma história distinta", pontuou.

Nos serviços profissionais, administrativos e complementares, Lobo destaca os avanços de receita vindos de agenciamento de espaços de publicidade, "devido à propaganda nas plataformas digitais, atividades jurídicas, com aumento do recebimento de precatórios, e intermediação de negócios em geral por meio de aplicativos e plataformas de e-commerce", explicou o pesquisador.

Volume de serviços (acumulado no ano)

Gráfico que detalha o volume de serviços (no acumulado dos anos) / Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Serviços

Ao fazer uma retrospectiva dos anos consecutivos de resultados positivos, o gerente da PMS lembra que, em 2021, ao crescer 10,9%, o setor de serviços recuperou integralmente a perda de 7,8% verificada em 2020 — ano mais crítico da pandemia da Covid-19. Todos os setores mostraram taxas positivas, com destaque para os avanços vindos do setor de transporte (15,2%) e de informação e comunicação (9,5%).

"Enquanto o primeiro foi impulsionado pelo transporte rodoviário de cargas, que cresceu muito na esteira do boom do comércio eletrônico; o segundo setor cresceu por conta dos avanços da receita das empresas de tecnologia da informação, na medida em que diversas empresas se viram obrigadas a se adequarem à nova realidade de migração de vendas para as plataformas online em detrimento de lojas físicas. Houve também muita demanda nessa área de TI para o desenvolvimento de softwares", detalhou Lobo.

TURISMO CRESCE 3,5% — O índice de atividades turísticas da PMS teve alta de 2,8% frente a novembro. Com isso, o segmento de turismo se encontra 14,6% acima do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e renova o ápice da sua série histórica.

Regionalmente, 12 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de expansão verificado na atividade turística nacional (2,8%). A contribuição positiva mais relevante ficou com São Paulo (4,1%), seguido por Rio de Janeiro (1,4%), Pará (9,2%) e Rio Grande do Sul (2,6%). Em sentido oposto, Santa Catarina (-3,8%) liderou as perdas do turismo, seguido pelo Distrito Federal (-2,0%) e Paraná (-1,0%).

Na comparação entre os meses de dezembro de 2024 e de 2023, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 9,5%: sétimo resultado positivo seguido. Em termos regionais, 15 das 17 unidades da Federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (11,5%), seguido por Rio de Janeiro (9,6%), Bahia (11,3%), Minas Gerais (5,6%) e Paraná (10,9%).

O resultado anual agregado das atividades turísticas mostrou expansão de 3,5% frente a igual período do ano anterior. Regionalmente, onze dos 17 locais investigados também registraram taxas positivas, em que sobressaíram os ganhos vindos de São Paulo (3,7%) e Rio de Janeiro (6,3%), seguidos por Bahia (8,4%), Minas Gerais (4,5%), Paraná (7,2%) e Santa Catarina (9,0%).

RESULTADO NO MÊS — Em dezembro o volume de serviços no Brasil recuou 0,5%, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 1,9% nos dois últimos meses do ano. Ainda assim, na comparação com dezembro de 2023, o volume de serviços cresceu 2,4%: nono resultado positivo consecutivo. O avanço deste mês foi acompanhado por quatro das cinco atividades de divulgação e contou ainda com crescimento em 53,6% dos 166 tipos de serviços investigados.

Entre os setores, o de informação e comunicação (5,2%) exerceu o principal impacto positivo. Os demais avanços vieram dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,9%); dos profissionais, administrativos e complementares (1,9%); e dos serviços prestados às famílias (2,2%). Em sentido oposto, os outros serviços (-5,1%) exerceram a única influência negativa.

Mesmo com o recuo em dezembro, o setor se encontra 15,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024). "A queda de 4,2% dos outros serviços em dezembro de 2024, frente ao mês anterior, é explicada pela menor receita vinda dos serviços financeiros auxiliares, com menor receita de administração de cartões, por exemplo, e da parte de manutenção e reparação de veículos, com o recesso de fim de ano ocasionando menor faturamento", argumenta Lobo.

SOBRE A PESQUISA — A PMS produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro (excluídas as áreas de saúde e educação). Há resultados para o Brasil e todas as unidades da Federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra.

Fundador do Jornal Local em 2010, Andreazza Joseph iniciou sua trajetória na comunicação em 2002. Bacharel em Direito, cordelista e multi-instrumentista, dedica-se a explorar temas de relevância política, cultural e social, trazendo uma visão crítica e engajada para seus artigos, matérias e análises.

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