1. Setor de serviços fecha 2024 com quarta alta seguida: 3,1%
Quatro setores mostrando crescimento, com destaque para os serviços de informação e comunicação - Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
O setor de serviços, que reúne atividades como transporte, turismo e restaurantes, fechou 2024 em alta e registrou um crescimento de 3,1%, pelo quarto ano seguido. Entre as cinco grandes atividades do setor, quatro apontaram taxas positivas e avanço em 61,4% dos 166 tipos de serviços investigados. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, pelo IBGE.
Entre as atividades, as contribuições positivas mais importantes ficaram com os ramos de informação e comunicação (6,2%); e de serviços profissionais, administrativos e complementares (6,2%). Os demais avanços vieram dos serviços prestados às famílias (4,4%); e dos outros serviços (1,1%). Por outro lado, transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,7%) exerceram a única influência negativa no acumulado no ano.
De janeiro a dezembro de 2024, frente a igual período do ano anterior, o avanço do volume de serviços no Brasil se deu de forma disseminada entre os locais investigados: 21 das 27 unidades da Federação também mostraram expansão na receita real de serviços. Em termos regionais, o principal impacto positivo ocorreu em São Paulo (4,5%), seguido por Rio de Janeiro (4,0%), Santa Catarina (6,1%), Paraná (3,6%) e Minas Gerais (2,0%). Em contraposição, Rio Grande do Sul (-7,3%) e Mato Grosso (-10,2%) registraram influências negativas sobre o índice nacional.
SÉRIE HISTÓRICA — Rodrigo Lobo, gerente da PMS, destacou que o acumulado para 2024 completa o quarto ano consecutivo de taxas anuais positivas, algo que nunca havia ocorrido na série histórica, iniciada em 2012. "Isso dá um acumulado de crescimento entre 2021 e 2024 de 27,4%, mas cada ano traz uma história distinta", pontuou.
Nos serviços profissionais, administrativos e complementares, Lobo destaca os avanços de receita vindos de agenciamento de espaços de publicidade, "devido à propaganda nas plataformas digitais, atividades jurídicas, com aumento do recebimento de precatórios, e intermediação de negócios em geral por meio de aplicativos e plataformas de e-commerce", explicou o pesquisador.
- Gráfico que detalha o volume de serviços (no acumulado dos anos) / Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Serviços
Ao fazer uma retrospectiva dos anos consecutivos de resultados positivos, o gerente da PMS lembra que, em 2021, ao crescer 10,9%, o setor de serviços recuperou integralmente a perda de 7,8% verificada em 2020 — ano mais crítico da pandemia da Covid-19. Todos os setores mostraram taxas positivas, com destaque para os avanços vindos do setor de transporte (15,2%) e de informação e comunicação (9,5%).
"Enquanto o primeiro foi impulsionado pelo transporte rodoviário de cargas, que cresceu muito na esteira do boom do comércio eletrônico; o segundo setor cresceu por conta dos avanços da receita das empresas de tecnologia da informação, na medida em que diversas empresas se viram obrigadas a se adequarem à nova realidade de migração de vendas para as plataformas online em detrimento de lojas físicas. Houve também muita demanda nessa área de TI para o desenvolvimento de softwares", detalhou Lobo.
TURISMO CRESCE 3,5% — O índice de atividades turísticas da PMS teve alta de 2,8% frente a novembro. Com isso, o segmento de turismo se encontra 14,6% acima do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e renova o ápice da sua série histórica.
Regionalmente, 12 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de expansão verificado na atividade turística nacional (2,8%). A contribuição positiva mais relevante ficou com São Paulo (4,1%), seguido por Rio de Janeiro (1,4%), Pará (9,2%) e Rio Grande do Sul (2,6%). Em sentido oposto, Santa Catarina (-3,8%) liderou as perdas do turismo, seguido pelo Distrito Federal (-2,0%) e Paraná (-1,0%).
Na comparação entre os meses de dezembro de 2024 e de 2023, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 9,5%: sétimo resultado positivo seguido. Em termos regionais, 15 das 17 unidades da Federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (11,5%), seguido por Rio de Janeiro (9,6%), Bahia (11,3%), Minas Gerais (5,6%) e Paraná (10,9%).
O resultado anual agregado das atividades turísticas mostrou expansão de 3,5% frente a igual período do ano anterior. Regionalmente, onze dos 17 locais investigados também registraram taxas positivas, em que sobressaíram os ganhos vindos de São Paulo (3,7%) e Rio de Janeiro (6,3%), seguidos por Bahia (8,4%), Minas Gerais (4,5%), Paraná (7,2%) e Santa Catarina (9,0%).
RESULTADO NO MÊS — Em dezembro o volume de serviços no Brasil recuou 0,5%, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 1,9% nos dois últimos meses do ano. Ainda assim, na comparação com dezembro de 2023, o volume de serviços cresceu 2,4%: nono resultado positivo consecutivo. O avanço deste mês foi acompanhado por quatro das cinco atividades de divulgação e contou ainda com crescimento em 53,6% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, o de informação e comunicação (5,2%) exerceu o principal impacto positivo. Os demais avanços vieram dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,9%); dos profissionais, administrativos e complementares (1,9%); e dos serviços prestados às famílias (2,2%). Em sentido oposto, os outros serviços (-5,1%) exerceram a única influência negativa.
Mesmo com o recuo em dezembro, o setor se encontra 15,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024). "A queda de 4,2% dos outros serviços em dezembro de 2024, frente ao mês anterior, é explicada pela menor receita vinda dos serviços financeiros auxiliares, com menor receita de administração de cartões, por exemplo, e da parte de manutenção e reparação de veículos, com o recesso de fim de ano ocasionando menor faturamento", argumenta Lobo.
SOBRE A PESQUISA — A PMS produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro (excluídas as áreas de saúde e educação). Há resultados para o Brasil e todas as unidades da Federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra.
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