
Promover a educação em direitos e ressaltar a importância do diálogo familiar foram pontos centrais da Oficina de Parentalidade: Conversa em Famílias e Participar é Legal. Realizada pelo Núcleo Especializado em Atuação Extrajudicial (NAE) da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) em parceria com o Centro de Atendimento Multidisciplinar (CAM), a iniciativa retomou suas atividades na tarde desta quarta-feira (05/02), reunindo pais e mães para orientações sobre parentalidade responsável e efeitos patrimoniais do vínculo conjugal. A primeira edição de 2025 ocorreu na Unialfa Bueno, em Goiânia e contou com a participação de 59 assistidos.
A sala 204 estava lotada, com participantes atentos e ativos, fazendo perguntas. A oficina também incentivou crianças e adolescentes a expressarem sentimentos por meio da arte.
A mediação ficou a cargo do coordenador do NAE, defensor público Bruno Malta, que destacou o impacto direto da oficina nas sessões de mediação de divórcios. Segundo ele, o conhecimento sobre guarda, convivência familiar, pensão alimentícia e partilha de bens contribui para decisões mais conscientes e favorece a busca pelo consenso.
“As reuniões são fundamentais tanto para quem opta pela mediação quanto para aqueles que precisam ingressar com processos judiciais. Nosso trabalho se baseia na educação em direitos, atuação interdisciplinar e mediação extrajudicial”, explica.
Entre os participantes, Izabela Castro destacou a relevância da oficina para esclarecer dúvidas sobre guarda e partilha de bens.
"As duas partes precisam compreender que o mais importante é a vida da criança. No caso do meu filho de 7 anos, foi essencial entender os deveres de cada um. Sem dúvida, o que aprendi contribuirá para nosso convívio", afirma.
Voz à infância
A reunião contou com a participação de profissionais do Centro de Atendimento Multidisciplinar (CAM), que promoveram atividades lúdicas para que as crianças expressassem seus sentimentos e compreendessem melhor o processo de separação dos pais.
A psicóloga Marília Peixoto destacou que, enquanto os pais participavam da oficina, as crianças eram envolvidas em atividades voltadas ao contexto familiar.
“Buscamos demonstrar que meninos e meninas não devem se sentir culpados ou responsabilizados pela separação dos pais. Os resultados dessas atividades são levados aos pais para que diferenciem as questões parentais das conjugais”, explica.
Lorrayna de Oliveira, também psicóloga, complementa: “Trabalhamos a história de um reino partido e a ideia de atravessar de uma ilha para outra. É essencial que as crianças se sintam pertencentes a esse processo, pois, para elas, é ainda mais complexo. Nosso foco é dar voz para que expressem como se sentem”.
Ana de Araújo, mãe de Cecília, de 5 anos, acompanhou a filha durante as atividades e ressaltou a importância da oficina para fortalecer o vínculo familiar. “Muito além das questões materiais, precisamos priorizar nossos filhos, pois isso impacta diretamente seu desenvolvimento”, enfatiza.
Oficinas de Parentalidade
O projeto Oficinas de Parentalidade: Conversa em Famílias e Participar é Legal teve início em 2023 com o objetivo de reforçar a educação em direitos e promover a responsabilização em relação aos deveres parentais. No ano passado, foram realizados 26 encontros em diversos municípios onde a Defensoria Pública atua em Goiás.
Em parceria com o CAM, o NAE registrou avanços na resolução consensual de conflitos, dando protagonismo aos assistidos em suas decisões. O coordenador do NAE, defensor público Bruno Malta, afirma que a expectativa para 2025 é expandir as oficinas para mais municípios onde a Defensoria está presente, tornando o projeto referência para outras regiões.
Crédito da foto: Amanda Costa (Dicom/DPE-GO)
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