Governo do Brasil lança Grupo de Trabalho com entregadores de aplicativos para promover direitos

Governo do Brasil lança Grupo de Trabalho com entregadores de aplicativos para promover direitos

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos assinou simbolicamente, ao lado de entregadores, a portaria de criação do Grupo de Trabalho Interministerial

1. Governo do Brasil lança Grupo de Trabalho com entregadores de aplicativos para promover direitos

O grupo terá representantes de organizações e entidades dos entregadores de todas as cinco regiões do país, além de representantes das Centrais Sindicais - Foto: Adriano Sarmento/Ascom-SGPR

O Governo do Brasil anunciou nesta quinta-feira (4), por meio da Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a instalação de um Grupo de Trabalho dos entregadores por aplicativo, para propor soluções que garantam trabalho decente para a categoria.

O grupo terá representantes de organizações e entidades dos entregadores de todas as cinco regiões do país, além de representantes das Centrais Sindicais. Também estão convidados a participar das reuniões representantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério da Saúde.

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre Regulamentação dos Trabalhadores por App, por meio de seu presidente (deputado Joaquim Passarinho) e seu relator (deputado Augusto Coutinho), também está convidada a participar.

Em entrevista coletiva ao lado de entregadores, o ministro Guilherme Boulos disse que é preciso buscar o equilíbrio na “balança” da relação entre trabalhadores e aplicativos. “É preciso remunerar, decentemente, esses trabalhadores que muitas vezes levam comida para a nossa casa, para a casa de todo mundo, com fome, porque não têm um ponto de parada para almoçar, porque o salário não é suficiente para que comam nos restaurantes dos quais eles transportam as comidas para a casa de cada um. Então, é preciso ter uma consciência humana”, ressaltou o ministro da Secretaria-Geral, que será o responsável por indicar o coordenador do grupo.

PROPOSTAS - Boulos também detalhou propostas dos entregadores e que serão debatidas no GT. Entre elas, a de um ganho mínimo para esses trabalhadores. “Hoje, trabalham demais e ganham pouco”, disse. “Outro ponto é garantir uma forma de seguro, Previdência; o formato disso nós queremos discutir no Grupo de Trabalho. E por fim, a proposta de transparência no algoritmo. Tanto os motoristas como os entregadores hoje são comandados pelo algoritmo, que inclusive utilizam seus dados, mas não há nenhuma transparência nesse algoritmo. É uma demanda dos trabalhadores que haja essa transparência” explicou Boulos.

Para Nicolas dos Santos, um dos entregadores de aplicativo que assinou simbolicamente a portaria em conjunto com o ministro Boulos, os trabalhadores precisam ter condição de acessar e de ter direitos.“Para a gente conseguir acesso a trabalho digno, moradia digna, condição de ter a educação para os nossos filhos, a gente precisa receber dignamente”, disse Nicolas.

O GT terá duração de 60 dias, com possibilidade de ser prorrogado, se necessário.

ECONOMIA - Atualmente, os entregadores por aplicativo são parte essencial da economia e da dinâmica urbana, mas enfrentam diariamente instabilidade, baixos rendimentos e ausência de proteção social. O Grupo de Trabalho, instituído por portaria interministerial a ser publicada nesta sexta-feira (5), vai formular propostas para que a inovação tecnológica caminhe ao lado da garantia de direitos para os trabalhadores.

Andreazza Joseph
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