1. Brasil avança nas negociações com os EUA em parceria com a indústria nacional
Alckmin durante reunião de diretoria da CNI: encontro entre Lula e Trump foi passo importante que terá desdobramentos para solucionar o impasse tarifário - Foto: Cadu Gomes/VPR
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou nesta terça-feira, 30 de setembro, a importância do trabalho conjunto entre o Governo do Brasil e o setor produtivo na defesa dos interesses comerciais brasileiros frente às medidas tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Durante reunião de diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alckmin disse que o encontro entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos EUA, Donald Trump, nas vésperas da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, foi um passo importante que terá desdobramentos para solucionar o impasse tarifário.
O vice-presidente relatou resultados positivos já alcançados nas negociações. “Se pegar as últimas quatro semanas, foram 8% das exportações brasileiras afetadas pelo tarifaço que saíram [da listagem]. E 4% na celulose, mais 4% de madeira e móveis", listou Alckmin.
APOIO DA INDÚSTRIA — Ele ressaltou, ainda, o papel do setor produtivo nas negociações, mencionando a missão empresarial coordenada pela CNI a Washington, no início de setembro. "Foi muito importante a ida da CNI e da delegação de empresários aos Estados Unidos. A Amcham e a US Chambers também têm ajudado, então essa parceria é muito importante para nos ajudar a resolver essa questão”, disse Alckmin, agradecendo o presidente da CNI, Ricardo Alban, pelo “empenho do setor privado brasileiro e americano”.
DEZENAS DE REUNIÕES — Coordenando o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado pelo governo brasileiro para fazer frente às tarifas impostas pelos EUA, o vice-presidente realizou dezenas de reuniões com representantes de empresas brasileiras e norte-americanas para buscar soluções para o tarifaço.
DIÁLOGO ENTRE SETORES — Ricardo Alban destacou a preocupação com a defesa comercial brasileira em um momento em que diversos países estão aplicando políticas protecionistas e se reposicionando globalmente. Ele também ressaltou o diálogo entre os setores público e privado.
“Se falamos tanto em complementaridade entre o setor público e o privado, eles têm e precisam se complementar para serem eficientes e mitigar os hiatos. Queremos transformar os desafios em oportunidades e chegarmos a discussões construtivas. A possibilidade do encontro entre os dois presidentes demonstra a força dessa convergência”, disse Alban.