Moradores dos bairros Recanto de Caldas, Caminho do Lago e Lago de Cristal, em Caldas Novas, estão revoltados com a total ausência da coleta de lixo domiciliar. O problema, que se arrasta há meses, atinge centenas de famílias que, mesmo pagando religiosamente uma taxa embutida na conta de água, não têm seus resíduos recolhidos com a regularidade mínima que se espera de um serviço essencial.
Sem alternativa e cansados de esperar por uma solução que nunca chega, os moradores transformaram um terreno baldio às margens da avenida principal da região em um verdadeiro lixão a céu aberto. Sacos, restos de comida, entulho e até móveis velhos agora se acumulam no local, atraindo ratos, insetos e um odor insuportável que toma conta do entorno.
"Pagamos caro por um serviço que simplesmente não existe. É revoltante. A cidade quer atrair turistas, mas trata os próprios moradores como invisíveis", desabafa um morador do Caminho do Lago. Outro relata que o lixo fica dias nas calçadas, espalhado por cães e urubus, antes de alguém ter coragem de levar até o ponto improvisado de descarte.
A situação, além de causar risco à saúde pública, expõe a falta de planejamento e compromisso da administração municipal com os bairros mais afastados do centro turístico da cidade. O contraste entre o cuidado com a área central e o abandono das periferias é gritante — e vergonhoso.
Enquanto os moradores lidam com o descaso, a prefeitura segue em silêncio, como se a sujeira tivesse se tornado paisagem natural desses bairros. Resta saber até quando essa situação será ignorada e se o poder público vai continuar tratando cidadãos pagadores de impostos com tamanho desrespeito.