Inquérito ambiental em Caldas Novas é arquivado após assinatura de TACs

Valores de até R$ 10 mil serão revertidos em benefícios ao Centro de Saúde Animal Municipal (CESAM).

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Caldas Novas, firmou Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e publicou na ultima sexta-feira (03/10), com empresas e empresários investigados por danos ambientais na região, especialmente relacionados à supressão irregular de vegetação, uso de recursos hídricos sem autorização e acessos ilegais à Rodovia GO-139.

As investigações tiveram início a partir de um inquérito civil que apurava irregularidades cometidas pelas empresas Goyaz Britas, Concreta Britas LTDA, Inova Transportes e pelo empresário Fabrízio Silva.

Irregularidades constatadas

De acordo com os autos, a SEMMARH (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) havia lavrado autos de infração contra os empreendimentos. Entre os problemas identificados estão:

  • Supressão de mais de 2,5 hectares de vegetação sem licença ambiental por parte da Goyaz Britas;

  • Acesso irregular à faixa de domínio da GO-139, sem autorização da Goinfra, envolvendo também a empresa Concreta Britas;

  • Supressão de 0,379 hectares de vegetação e uso de poço artesiano sem outorga por parte de Fabrízio Silva;

  • Irregularidades da Inova Transportes, que operava sem a devida Declaração de Inexigibilidade de Licenciamento Ambiental.

Compromissos assumidos

Para evitar a judicialização do caso, os investigados assinaram TACs assumindo uma série de obrigações ambientais e compensatórias. Entre elas:

  • Recuperação de áreas degradadas por meio de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) ou regularização junto ao órgão ambiental competente;

  • Doações em dinheiro ao Fundo Municipal do Meio Ambiente de Caldas Novas, em valores que variam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, destinados à aquisição de equipamentos para o Centro de Saúde Animal Municipal (CESAM);

  • Regularização de acessos à Rodovia GO-139 perante os órgãos competentes;

  • Obtenção de outorgas e autorizações ambientais para uso de recursos hídricos.

Valores e prazos

As compensações financeiras definidas nos TACs incluem:

  • R$ 10 mil em doações por parte da Goyaz Britas, em 10 parcelas de R$ 1 mil;

  • R$ 5 mil referentes a dano moral coletivo, também pagos pela empresa em 10 parcelas;

  • R$ 4,5 mil em doações por parte de Fabrízio Silva, em duas parcelas de R$ 2.250;

  • R$ 5 mil a título de dano moral coletivo pelo empresário, em 10 parcelas;

  • Valores adicionais de R$ 2 mil de cada compromissário para compensação de danos ambientais.

Os prazos variam de 90 dias a três anos, dependendo da obrigação, seja para recomposição de vegetação, regularização de acessos ou obtenção de licenças.

Arquivamento do inquérito

Com a assinatura dos TACs e o compromisso de reparação dos danos, o MPGO determinou o arquivamento do inquérito civil que apurava as irregularidades. Segundo a promotora de Justiça Fabiana Cândido, responsável pelo caso, não há mais justificativa para manter a investigação ou ajuizar ação civil pública.

O processo seguirá em acompanhamento administrativo para garantir o cumprimento das obrigações assumidas.