Desocupação de 6,5% é a menor para o trimestre desde 2012

Pnad Contínua de novembro de 2024 a janeiro de 2025 foi divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (27). Renda média do trabalho dos ocupados segue em alta

1. Desocupação de 6,5% é a menor para o trimestre desde 2012

O rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$3.343 no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 - Foto: Vitor Vasconcelos / Secom PR

A taxa de desocupação de 6,5% no trimestre encerrado em janeiro é a menor para o período em toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O índice foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 27 de fevereiro.

O indicador ficou 0,3 ponto percentual (p.p.) acima do trimestre de agosto a outubro de 2024 (6,2%) e caiu 1,1 p.p. ante o trimestre móvel de novembro de 2023 a janeiro de 2024 (7,6%). O menor nível de desocupação da série histórica foi registrado no trimestre móvel de setembro a novembro (6,1%) de 2024.

Já a taxa de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) ficou em 15,5% no trimestre encerrado em janeiro, resultado considerado estável na comparação trimestral (15,4%).

“A taxa de desocupação para este trimestre, de 6,5%, foi menor do que em 2024 no mesmo trimestre (7,6%), ou seja, houve grande evolução”, destacou o analista da pesquisa, William Kratochwill. “Quanto à estabilidade da taxa composta de subutilização da força de trabalho, o resultado mostra que o aumento dos desocupados foi compensado pela redução do estoque de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, que diminuiu 8,3%”, afirmou.

Cerca de 7,2 milhões de pessoas estavam desocupadas no país, de novembro de 2024 a janeiro de 2025. Frente ao trimestre móvel anterior (agosto a outubro), houve aumento de 5,3%, o que corresponde a mais 364 mil indivíduos sem ocupação. Por outro lado, no confronto com igual trimestre do ano anterior, quando existiam 8,3 milhões de pessoas desocupadas, houve recuo de 13,1%, uma redução de 1,1 milhão de pessoas desocupadas na força de trabalho.

A quantidade de pessoas ocupadas ao final do trimestre que terminou em janeiro deste ano era de aproximadamente 103 milhões. Isso significa uma diminuição de 0,6%, ou seja, menos 641 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Comparando com novembro de 2023 a janeiro de 2024, quando havia no Brasil 100,6 milhões de pessoas ocupadas, ocorreu alta de 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas).

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), por sua vez, atingiu 58,2%, redução de 0,5 ponto percentual ante o trimestre de agosto a outubro de 2024 (58,7%). Confrontado ao mesmo trimestre do ano anterior (57,3%), esse indicador teve variação positiva de 0,9 p.p.

QUEDA NA INFORMALIDADE — A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 38,3%, equivalente a 39,5 milhões de trabalhadores informais. Esse índice foi inferior ao verificado tanto no trimestre móvel anterior (38,9%) quanto no mesmo trimestre de 2024 (39,0%). A queda na informalidade é consequência da redução do contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,9 milhões), acompanhada da estabilidade do número de trabalhadores por conta própria (25,8 milhões) nas comparações trimestral e anual. Por outro lado, o contingente de ocupados no setor privado com carteira (39,3 milhões) ficou estável na comparação trimestral e cresceu 3,6% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

MASSA DE RENDIMENTO — O rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$3.343 no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025, crescimento de 1,4% em relação ao trimestre encerrado em outubro e de 3,7% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$339,5 bilhões, ficando estável no trimestre e crescendo 6,2% (mais R$19,9 bilhões) no ano.

Segundo William Kratochwill, “o movimento da massa de rendimento real pode ser explicado pela variação do volume de trabalhadores ocupados ou pela variação salarial. Neste trimestre, a população aumentou em 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, um aumento superior a 2 milhões de pessoas ocupadas. Esse crescimento explica, em parte, o aumento da massa de rendimento em 6,2%, alcançando R$339,5 bilhões. No entanto, ao observarmos a variação em relação ao trimestre anterior, a população ocupada diminuiu em 0,6%, ou seja, existiam menos 641 mil trabalhadores ocupados e, ainda assim, a massa de rendimento permaneceu estatisticamente estável”.

SUBUTILIZAÇÃO — A taxa composta de subutilização (15,5%) mostrou estabilidade no trimestre (15,4%) e teve queda de 2,0 p.p. no ano (17,6%). A população subutilizada (18,1 milhões) também ficou estável no trimestre (17,9 milhões) e recuou 11% (menos 2,2 milhões de pessoas) no ano (20,3 milhões).

>>Consulte os dados da PNAD no Sidra.