1. Pavilhões Brasil são inaugurados na COP30 com foco em iniciativas do país para combater mudança do clima
Pavilhões Brasil serão palco de debates voltados aos 30 eixos da Agenda de Ação Climática, à atualização da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e sobre o Plano Clima - Foto: Fernando Donasci/MMA
Os pavilhões Brasil nas Zonas Azul e Verde da COP30 foram inaugurados nesta segunda-feira, 10 de novembro, em Belém (PA). Os espaços sediarão, ao todo, 286 painéis – 144 na Zona Azul e 142 da Zona Verde – voltados à apresentação e discussão sobre ações de enfrentamento à mudança do clima no país, com a participação de representantes de governos, setor privado, academia, sociedade civil e movimentos sociais. A programação ocorre até 21 de novembro.
Coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e concebidos como espaços de convergência da comunidade brasileira e internacional, os Pavilhões Brasil promoverão discussões sobre os 30 objetivos estratégicos da Agenda de Ação Climática, a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e o Plano Clima – instrumentos centrais da estratégia nacional de combate à crise climática.
Na inauguração do pavilhão da Zona Azul, onde ocorrem as negociações climáticas, estiveram presentes as ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior; o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; o presidente da COP30, André Corrêa do Lago.
Marina Silva defendeu o compromisso conjunto entre governos e sociedade para implementar as decisões climáticas pactuadas ao longo das três décadas de Convenção do Clima da ONU. “Já decidimos, ao longo desses 33 anos, muita coisa, mas, infelizmente, não temos a implementação suficiente. Agora é a COP da implementação, tem que ser a COP da verdade”, afirmou.
A ministra destacou que o pavilhão da Zona Azul funcionará como um “parlamento” da conferência, aberto à ampla participação da sociedade. “Esse espaço vai ser o nosso Parlacop, nosso parlamento. Vamos ter debates das mais variadas questões e temas dos mais diversos setores da sociedade. Eles são uma espécie de fonte que retroalimenta o processo da negociação. Muitas coisas que serão debatidas aqui vão fortalecer a agenda de negociação no que diz respeito a financiamento, adaptação, mitigação e o enfrentamento da emergência climática”, pontuou.
Sonia Guajajara destacou o protagonismo das mulheres, jovens, povos indígenas, agricultores familiares e moradores das periferias urbanas para o enfrentamento à mudança do clima. Ela lembrou que, pela primeira vez, uma COP tem a participação de mais de 400 indígenas. “Construímos a nossa própria aldeia, que estamos chamando de coração da COP, porque ali estão os maiores guardiões, as maiores guardiãs da vida. É o que está garantido que tenhamos ainda a maior área de floresta em pé, de biodiversidade viva e de cultura diversa”, afirmou.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, ressaltou o caráter simbólico e estratégico de sediar o evento na Amazônia. “É uma oportunidade única para o mundo entender a complexidade e o papel do Brasil nas soluções climáticas”, disse. Ele enfatizou que a conferência busca aproximar as agendas de clima, biodiversidade e desenvolvimento sustentável. “Precisamos trazer o clima para o centro das decisões econômicas e sociais”, completou.
A importância de ampliar o olhar para além da Amazônia foi destacada pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues. “Não se trata apenas da Amazônia, mas também da Caatinga e do Sertão. O Nordeste precisa estar incluído nessa discussão sobre adaptação e justiça climática”, declarou.
ZONA VERDE — Na inauguração do pavilhão da Zona Verde, espaço que busca aproximar a sociedade local das negociações climáticas, a governança do Plano Clima brasileiro foi o destaque. A iniciativa, que servirá como o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no país até 2035, está em fase final de validação e é elaborada de forma participativa há dois anos. Será, ainda, o caminho para implementar as metas de adaptação e mitigação contidas na nova NDC, a meta brasileira de redução de gases de efeito estufa para 2035.
A atividade teve como foco a estrutura da iniciativa, que envolve três câmaras técnicas de assessoramento ligadas diretamente ao Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), órgão presidido pela Casa Civil e que tem o MMA na secretaria-executiva. O Pavilhão Brasil é o maior auditório da Zona Verde, a área da COP30 aberta ao público e sem restrições de circulação.
Estiveram presentes o secretário nacional de Mudança do Clima do MMA, Aloisio Melo, a diretora do Departamento de Políticas para Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima da pasta, Inamara Mélo, o coordenador da Câmara de Participação Social, Sérgio Xavier, o coordenador da Câmara de Participação Social do CIM, Sérgio Xavier.
Acesse a programação dos Pavilhões Brasil na Zona Azul e na Zona Verde.